segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o Seu Espírito!" (Núm 11,29)

Estamos vivendo um tempo, em que profetas e profetizas do Senhor têm sido cada vez mais escassos. Poucos têm tido disposição para pagar o preço de uma vida de anúncio e, principalmente, de testemunho do verdadeiro Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, pois, viver assim exige muitos sacrifícios e, só aqueles que se prestarem a estes sacrifício serão agraciados com mãos e voz de profeta. Percebemos, então, que urge a nós, que nos colocamos a serviço do Reino, sermos cada vez mais entregues, cada vez mais íntimos, cada vez mais sedentos do Senhor. Se assim o fizermos, invocando o nome do Senhor, nos humilhando, buscando a Sua Face para orar e renunciando aos nosso maus procedimentos, o Senhor do alto dos céus nos ouvirá e nos curará (II Crôn 7,14), e poderemos então anunciar com poder as maravilhas que Jesus tem feito em nossas vidas! ALELUIA!


Quando me deparei com este versículo do Livro dos Números (11,29), fui levado a meditar sobre como os profetas pregaram em todo o Antigo Testamento, e percebi que de fato Moisés tem motivo para falar isto em tom de Utopia "Quem dera...", principalmente no que diz respeito aos dias de hoje. Todos os profetas anunciavam aquilo que o Senhor mandava, mas o faziam com grande autoridade, suas palavras exortavam, consolavam, edificavam, sinais e prodígios os acompanhavam, e nós? Quantos milagres Deus tem operado através das nossas vidas? Quantas conversões verdadeiras? Não estou falando aqui de choros e manifestações puramente emocionais enquanto pregamos ou oramos, falo de conversão verdadeira, mudança de vida, desejo de buscar o Deus vivo.

Se nos colocamos a analisar o Novo Testamento, iniciamos com São João Batista, que, segundo o evangelho, foi o maior entre os filhos das mulheres (Mt 11,11a). Meu Deus, quanto poder saía da boca daquele homem, quanta audácia, quanta ousadia e, ao mesmo tempo, quanta simplicidade, quanto testemunho de vida, quanta austeridade. Entre tantos outros, destacamos também São Paulo. Este dispensa apresentações! Que Evangelho vivo nos invade, cada vez que lemos seus escritos, quanto desejo de sair gritando ao mundo que JESUS CRISTO vive e é o SENHOR!!! Com certeza, muitos têm o mesmo desejo que São Paulo tinha, de que Jesus seja conhecido, adorado e amado pelo mundo inteiro, porém, digo com certeza, ninguém no meio de nós tem a atitude dele. Não Basta o desejo, desejo não toca ninguém, desejo não leva ninguém a encontrar-se com Deus, desejo só vale se for buscado e realizado, ou você se conforma com o desejo de comer chocolate, sem antes dar umas belas dentadas nesta iguaria deliciosa?

Chegamos então, Àquele que precisa ser o nosso modelo de Profeta, Aquele cuja voz devemos ouvir e seguir (Jo 10,3) Jesus de Nazaré. E foi Ele mesmo que nos disse, que se crêssemos n'Ele, faríamos obras tão grandes e até maiores do que as d'Ele (Jo 14,12), Diante disso eu pergunto: Onde estão estas obras? Muitos diante deste questionamento, podem até desdenhar dizendo: "Ah! isto é coisa de que não tem fé. Deus não tem que ficar fazendo milagres toda hora!" outro talvez diga: "Isto é uma fé imatura, temos que acreditar mesmo sem ver!". Realmente Deus não tem que fazer milagres toda hora, mas Ele deseja que seu povo tenha experiências reais com Seu poder, Jesus prometeu milagres para os que cressem (Mc 16,17s). Com relação a uma fé imatura, li estes dias em um livro, algo que me explicou muito bem esta questão, neste livro o autor dizia: "... tenho visto muitas pessoas explicando sua anemia espiritual, sua tibieza, com palavras do tipo Prudência, Equilíbrio emocional, blá blá blá!!! Eu concordo plenamente com ele, já ouvi muito isso! Com estes argumentos, como explicaremos a sombra de Pedro que curava, os lenços de Paulo que libertavam, seriam mentiras? Exageros dos autores bíblicos? Prefiro acreditar que muitos que não têm coragem de buscar incessantemente a Face do Senhor, que têm preguiça de orar até ficar exausto, tenham criado e fomentado este espírito de comodismo. Que Deus me livre deste tipo de idéias!

Diante disto, é necessário que, clamemos todos os dias ao Espírito Santo, que realize um grande pentecostes em nossas vidas, nossos Grupos de Oração, nossas paróquias, que inflame os nossos corações e desperte em nós, o verdadeiro sentido do Batismo,além de abrir os nossos olhos para enxergarmos o tamanho do Deus que seguimos. Sejamos Profetas a exemplo dos homens e mulheres da Bíblia, que tinham disponibilidade nos pés e brasa nos lábios (Is 6,7s) para anunciar as Boas Notícias vindas da parte do Senhor!

Que o Deus da ousadia derrame sobre todos nós uma benção especial, pela intercessão de Santa Edith Stein e que a Virgem Maria, aquela que trouxe Jesus ao mundo, nos ensine a sermos portadores e anunciadores do Verbo Divino!

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